quarta-feira, 7 de julho de 2010

IMPUNIDADE E VIOLÊNCIA: COMBINAÇÃO BOMBÁSTICA

A modernidade traz em seu contexto, o crescimento alarmante do índice de violência em nosso meio. Grande parte da população brasileira acredita que esse crescimento origina-se na certeza da impunidade resultante, principalmente, das graves circunstâncias em que se encontram a segurança pública e o sistema judiciário brasileiro: presídios superlotados, policiais mal-remunerados, acúmulo de processos, corrupção, entre outros.

Se traficantes que comandam morros, favelas, bairros inteiros acreditam que não terão que prestar contas à justiça por seus atos, que dirá de indivíduos classe média ou alta, que freqüentam boas escolas, que sabem e acreditam que sua condição social lhes possibilita o pagamento de bons advogados, que certamente, encontrarão brechas na lei que os favoreça e resguarde o seu “direito” de não responderem judicialmente por seus delitos.

Acompanhando o caso da menina de 13 anos de Florianópolis pude perceber claramente o quão grande pode ser a influencia da posição social na hora se fazer justiça nesse país. Os membros da Segurança Pública argumentam a todo o momento a importância de resguardar o direito dos agressores mais e o direito da menor agredida onde fica?

O pronunciamento do diretor da Polícia Civil de Catarinense, Nivaldo Rodrigues ao jornalista da Rede Record foi no mínimo infeliz, uma vez que a vítima, mesmo estando sedada durante o ato sexual, apresentou lesões que a obrigaram a ser submetida à internação no dia seguinte, um indicativo de que o ato não foi consensual. Isso sem mencionar que o exame pericial atesta que a violência sexual de fato ocorreu.

Sobre o presente fato nos cabe questionar: a justiça será aplicada nesse caso? Ou este será mais um dos casos que irão engrossar os anais da impunidade em nosso país?

O povo brasileiro espera que, não apenas nesse caso específico, mas em tantos outros que nos assombram o cotidiano e estão sendo noticiados pela mídia a justiça se faça. Porque enquanto persistir essa cultura amoral de "quem pode mais, chora menos" teremos que conviver com a violência aviltante que assola esse país.

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